Costuma ser dito que “perdeu o trem da história” aquele que se posiciona ou se comporta de modo anacrônico e dissonante com o que há de mais contemporâneo e eticamente aceito no momento presente. A mobilidade urbana é um dos temas mais contemporâneos e discutidos no mundo todo e a solução não passa por privilegiar o automóvel, numa prática conhecida como planejamento rodoviarista.
O carro ainda é sinal de status (como o celular já foi um dia), mas precisamos reverter isso.
Aqui em Uberlândia, onde a democracia na gestão da coisa pública parece amedrontar os mandatários da ocasião, o desafio se apresenta maior.
Digo isto, pois se anuncia uma tragédia urbanística para a nossa cidade (sim é nossa e não só "deles"). Com pompa e presença do governador do Estado, foi anunciada a "renovação" da av. Rondon Pacheco, o que na prática significa dar mais espaço aos carros e menos para as pessoas. Os canteiros laterais serão suprimidos, muitas árvores serão cortadas, a permeabilidade do solo será reduzida e muito provavelmente os comerciantes serão afetados, pois, a avenida não será tão aprazível quanto ainda é.
Inicialmente teremos maior fluidez no fluxo de veículos, que induzirá um número crescente de motoristas a optar pela Rondon e consequentemente... em breve novos congestionamentos e quem sabe, a solução venha a ser um elevado bizarro, tipo "minhocão". Já até imagino a disputa dos vereadores para dar nome aos bois, ou melhor, nome de dono de boiada.
Pela glória de São Pedro do Uberabinha, não precisamos de um maior número de pistas, mas sim de transporte público decente, espaços de qualidade para andar de bicicleta e caminhar com segurança. Queremos uma arborização urbana de qualidade, rogamos que as áreas verdes sejam valorizadas, reivindicamos um planejamento urbano para as pessoas, com transparência e menos arrogância, devemos exigir menos prioridade para os carros e mais humanidade.
Inicialmente teremos maior fluidez no fluxo de veículos, que induzirá um número crescente de motoristas a optar pela Rondon e consequentemente... em breve novos congestionamentos e quem sabe, a solução venha a ser um elevado bizarro, tipo "minhocão". Já até imagino a disputa dos vereadores para dar nome aos bois, ou melhor, nome de dono de boiada.
Pela glória de São Pedro do Uberabinha, não precisamos de um maior número de pistas, mas sim de transporte público decente, espaços de qualidade para andar de bicicleta e caminhar com segurança. Queremos uma arborização urbana de qualidade, rogamos que as áreas verdes sejam valorizadas, reivindicamos um planejamento urbano para as pessoas, com transparência e menos arrogância, devemos exigir menos prioridade para os carros e mais humanidade.
Pensando sobre o fato que parece consumado na WonderUberland, nos resta assistir uma bela animação da turma da BuBa Filmes que mostra um náufrago urbano que fica "ilhado" no canteiro central de uma avenida, quiçá um dia será a Rondon. Veja a Ilha e preste atenção na frase de abertura do Saramago...
Em tempo, Rondon Pacheco é aquele senhor que recebe uma pensão do Anastasia, de valor sigiloso (como a tetraneta do Tirandentes), por ter sido governador de Minas durante a ditadura militar. Ah! ele também é o único testemunho vivo dentre os que subscreveram o AI-5. Talvez isso também "justifique" que o nosso dinheirinho seja partilhado com ele.