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segunda-feira, 21 de março de 2011

A Pegada da Água

Logo da Global Water Footprint Standard 


No dia 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, que neste ano tem como tema Água para as Cidades: responder ao desafio urbano.

Parafraseando um conhecido nosso “nunca antes na história deste país...” tanta gente morou nas cidades como hoje. A maioria da população está concentrada em aglomerados urbanos, onde grande parte dos problemas ambientais está associada aos recursos hídricos, seja pela contaminação e escassez dos mananciais de abastecimento, seja pelos impactos causados pelas deficiências de drenagem pluvial.

É tanto asfalto, tanto quintal cimentado, tanta árvore cortada para ampliação de vias, tanto chão convertido em “benfeitoria”, que não há como a terra urbana beber água.

Como já mencionei em outro post (Aquabomb), a pegada da água procura nos evidenciar o impacto do nosso cotidiano sobre os recursos hídricos.

Devemos refletir sobre isso.

Por inspiração sugiro um poema de Goethe, em tradução de Paulo Quintela, tradutor português (Medalha de Ouro do Goethe Institut) e um dos fundadores e diretor artístico do TEUC – Teatro dos Estudantes de Coimbra.

 

Canto dos Espíritos sobre as Águas


A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
de ondas de névoa

Desce à rocha lisa,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
Vai, 'spumando em raiva,
Degrau em degrau
Para
o abismo.


No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas 'spumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!

A propósito Johann Wolfgang von Goethe morreu num dia 22 de março, no ano de 1832,
A alma do Homem é como a água!

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