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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O trem da história e o bonde da sustentabilidade

Costuma ser dito que “perdeu o trem da história” aquele que se posiciona ou se comporta de modo anacrônico e dissonante com o que há de mais contemporâneo e eticamente aceito no momento presente. A mobilidade urbana é um dos temas mais contemporâneos e discutidos no mundo todo e a solução não passa por privilegiar o automóvel, numa prática conhecida como planejamento rodoviarista.
O carro ainda é sinal de status (como o celular já foi um dia), mas precisamos reverter isso.
Aqui em Uberlândia, onde a democracia na gestão da coisa pública parece amedrontar os mandatários da ocasião, o desafio se apresenta maior.
Digo isto, pois se anuncia uma tragédia urbanística para a nossa cidade (sim é nossa e não só "deles"). Com pompa e presença do governador do Estado, foi anunciada a "renovação" da av. Rondon Pacheco, o que na prática significa dar mais espaço aos carros e menos para as pessoas. Os canteiros laterais serão suprimidos, muitas árvores serão cortadas, a permeabilidade do solo será reduzida e muito provavelmente os comerciantes serão afetados, pois, a avenida não será tão aprazível quanto ainda é.
Inicialmente teremos maior fluidez no fluxo de veículos, que induzirá um número crescente de motoristas a optar pela Rondon e consequentemente... em breve novos congestionamentos e quem sabe, a solução venha a ser um elevado bizarro, tipo "minhocão". Já até imagino a disputa dos vereadores para dar nome aos bois, ou melhor, nome de dono de boiada.
Pela glória de São Pedro do Uberabinha, não precisamos de um maior número de pistas,  mas sim de transporte público decente, espaços de qualidade para andar de bicicleta e caminhar com segurança. Queremos uma arborização urbana de qualidade, rogamos que as áreas verdes sejam valorizadas, reivindicamos um planejamento urbano para as pessoas, com transparência e menos arrogância, devemos exigir menos prioridade para os carros e mais humanidade.
Pensando sobre o fato que parece consumado na WonderUberland, nos resta assistir uma bela animação da turma da BuBa Filmes que mostra um náufrago urbano que fica "ilhado" no canteiro central de uma avenida, quiçá um dia será a Rondon. Veja a Ilha e preste atenção na frase de abertura do Saramago...

Em tempo, Rondon Pacheco é aquele senhor que recebe uma pensão do Anastasia, de valor sigiloso (como a tetraneta do Tirandentes), por ter sido governador de Minas durante a ditadura militar. Ah! ele também é o único testemunho vivo dentre os que subscreveram o AI-5. Talvez isso também "justifique" que o nosso dinheirinho seja partilhado com ele.

O melhor do Sol é a Sombra

Se o sol nasceu para todos e a sombra somente para alguns, veja o que o genial Fred Astaire fez com a própria sombra, nesta coreografia em homenagem a Bojangles, do filme Swing Time, do ano de 1936. Para garimpar e compartir muitas outras preciosidades e um tanto de experimentalismos, visite o UBU, um Ambiente de muita Cultura.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Aqua Bomb




Muito já se fala na pegada ecológica, que é o impacto individual deixado por cada um de nós em nossas atividades cotidianas. Mais recentemente o impacto sobre os recursos hídricos tem despertado interesse e engajamento, daí o termo "Water Footprint'' ou "Pegada da Água".
Para entender um pouquinho o que significa, basta ficar sabendo que no ciclo produtivo de coisitas corriqueiras consumidas diariamente por todos nós, consome-se e geralmente polui-se muita água.
Como exemplos:
Ao tomar 1 simples xícara de café lembre-se que foram consumidos 140 litros de água!
Aquele litro de leite dentro da embalagem "longa morte" consumiu 1.000 litros de água até chegar à sua geladeira.
O prosaico arroz consome 3.000 litros de água por quilo produzido.
1 único ovo consome 200 litros de água.
1 maçã, 70 litros.
1 copo de cerveja 75 litros.
1 folha de papel, 10 litros.
E o mais estarrecedor, para se produzir 1 Kg de carne bovina são consuidos 16.000 litros de água.

Para saber mais acesse Water Footprint Network e Pegada Ecológica.