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terça-feira, 7 de junho de 2011

Guerra intestina

E. coli ampliada milhões de vezes - fonte: http://omelhordelondres.com/tag/e-coli/


“Numa guerra, a primeira vítima é a verdade”. Esta frase atribuída ao senador americano Hiram Johnson, pode ser útil, na “guerra” contra a bactéria Escherichia coli (E.coli) variedade O 104, que causa uma síndrome hemolítica urêmica e já provocou a morte de 18 pessoas na Alemanha e infectou mais de 2.200 pessoas em 12 países. Segundo a Organização Mundial da Saúde esta variedade de E. coli é uma bactéria nunca antes vista. Assusta porque ela é resistente a mais de uma dúzia de antibióticos de oito classes, incluindo penicilinas, tetraciclinas, sulfas, cefalosporinas e amoxicilina.

A precipitação do governo alemão em culpar o pepino espanhol, valida a premissa da verdade vitimada. Logo depois voltou atrás e culpou os alimentos orgânicos e agora reconhece, que ainda não sabe de onde veio. Faltou culpar o Gadhafi.

A extrema virulência da cepa e a resistência a tantos antibióticos, suscita suspeitas inclusive que a imperícia ou imprudência humana possa ser responsável, uma vez que a E. coli é largamente utilizada em laboratórios, em práticas de engenharia genética e produção de transgênicos. Veja o site Natural News e o artigo do The Guardian.

Antes de refutar tais hipóteses, como se fossem apenas delírios dos órfãos de Lênin, vale lembrar que o primeiro organismo geneticamente modificado (OGM) ou transgênico criado pela “inteligência” humana foi uma Escherichia coli, que recebeu genes humanos para a produção de insulina em 1977.

Também vale lembrar que antibióticos em subdoses foram e ainda são largamente utilizados na pecuária mundial.

Por outro lado, também é bom destacar que a E. coli faz parte da nossa microbiota intestinal, e em condições normais é benéfica ao nosso metabolismo. Para se ter uma ideia da quantidade desses bacilos que nos habitam silentes, estima-se que cada pessoa elimina diariamente junto com as fezes, um trilhão de bactérias E. coli. Isto mesmo 1 tri por dia.

Assim fica fácil entender porque devemos lavar bem as mãos antes de comer e porque os governos não devem lavar as suas.